
Os cinco episódios de Todo Dia a Mesma Noite mostram desde a investigação policial acerca das circunstâncias que levaram ao incêndio na boate Kiss até o início da incansável luta por justiça dos familiares e amigos das vítimas, que segue até hoje, 10 anos mais tarde. A minissérie ficcional é baseada no livro de Daniela Arbex.
A trama estreia em 25 de janeiro e o objetivo da Netflix é trazer a tona os bastidores da tragédia ocorrida em Santa Maria (RS), apresentando detalhes considerados cruciais para o evento que matou 242 pessoas. O mergulho na história foi tão profundo que chegou a afetar alguns atores física e emocionalmente, como foi o caso de Fernando Roncato.
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Ele dá vida ao cantor Roberto, uma representação de Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira. Na obra e na realidade, o músico era quem estava com o artefato que deu início ao incêndio na mão. “Tinha uma figuração muito grande para podermos reconstruir a boate e todo o movimento que aconteceu lá dentro, então era uma troca de energia enorme”, relembra o ator.
O intérprete conta que, especialmente depois de gravar as cenas que remontavam a tragédia da boate Kiss, ele acabou adoecendo. Fernando credita a queda de imunidade à energia espiritual da série como um todo. “Acima de tudo, estamos representando seres humanos que existiram, então tem toda essa responsabilidade”.
A cidade:
Fernando divide a cena com o irmão, Miguel Roncato, que interpreta Felipinho, um dos jovens que perdeu a vida na tragédia de janeiro de 2013. Para ele, foi mais difícil gravar as cenas que antecediam a tragédia, com os jovens curtindo o show na boate, do que o próprio momento do incêndio. “Fica muito mais difícil e delicado gravar cenas felizes, por incrível que pareça, porque sabendo o desfecho e sentindo que aquelas pessoas estavam felizes naquele momento, sabendo como isso vai caminhar, fica bem mais complicado”.
De acordo com o relato de alguns atores, a Netflix entrou em contato com as famílias a respeito da produção e nenhuma das cenas foi gravada no município de Santa Maria, justamente para não reviver a dor de quem sofreu perdas naquela noite. “Todos foram extremamente cuidadosos”, reforça Miguel Roncato. “Foi uma decisão coletiva não rodar em Santa Maria, que eu achei completamente prudente e cauteloso”. Com informações do Uol.
Além disso, durante as gravações, foi mantido um distanciamento dos familiares das vítimas, por motivos de respeito e empatia. A decisão foi tomada para não provocar nenhuma espécie de desconforto e também porque se tratam de personagens ficcionais, por mais que sejam inspirados em jovens reais.
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