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Pré-Oscar: filmes brasileiros indicados a Melhor Filme Estrangeiro

Filmes brasileiros nunca levaram uma estatueta. (Foto: Reprodução/Internet)

O Oscar 2022 está chegando e com isso todos olhos da mídia e críticos especializados ficam vidrados nos indicados que concorrem nas categorias do prêmio mais prestigiado do cinema. 

Premiando os melhores do áudio visual desde 1927, o Oscar adicionou apenas em 1948, no entanto, uma categoria que honra os melhores filmes de língua estrangeira reconhecendo os grandes lançamentos de fora de Hollywood

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O Brasil, por sua vez, nunca recebeu um troféu por seus filmes enviados à Academia. Entretanto, mesmo não vencendo nenhuma vez, veremos abaixo todos os filmes indicados na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e suas histórias. 

O Pagador de Promessas 

Zé do Burro fez sucesso mundo afora. (Foto: Divulgação)

O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte lançado em 1962, foi o primeiro filme oficialmente brasileiro a receber a primeira nomeação na categoria. Vencedor do Palmas de Ouro em Cannes, o filme era um dos favoritos para vencer, mas foi derrotado por Les dimanches de Ville d’Avray da França. 

O filme conta a história de Zé do Burro que viaja até Salvador carregando uma cruz para pagar uma promessa para Santa Bárbara. O que era pra ser diferente, a jornada de Zé se torna um pesadelo e cheio de conflitos até chegar à Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. 

Todavia, mesmo não vencendo o Oscar, O Pagador de Promessas fez história e se tornou o primeiro filme da América do Sul a receber uma nomeação na categoria. 

O Quatrilho 

Em um jejum de 33 anos, o Brasil volta ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ao receber uma nomeação por O Quatrilho em 1996. 

Baseado no livro homônimo de José Clemente Pozenato, o longa protagonizado por Patrícia Pillar e Glória Pires se passa numa cidade do interior do Rio Grande do Sul e conta a história de dois casais de amigos que se juntam para combater a fome e os problemas diários. O ponto alto, contudo, é quando a personagem de Patrícia Pillar se apaixona pelo marido da personagem de Glória e acaba fugindo com ele deixando para trás a sua amiga e o seu agora ex-marido. 

Com direção de Fabio Barreto, um dos diretores brasileiros mais nomeados na premiação, O Quatrilho acabou perdendo o troféu para Antonia, dos Países Baixos. 

O Que É Isso, Companheiro? 

Polêmico, O Que É Isso, Companheiro? Se passa na época da ditadura militar no Brasil e conta uma história baseada em fatos. 

Conforme foi dito, o filme retrata a história real, utilizando de meios fictícios, do sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, em 1969, por um grupo de guerrilheiros de esquerda que lutavam contra a ditadura. 

Nesse ínterim, O Que É Isso, Companheiro? Acabou levando a pior e perdeu o prêmio para Karakter dos Países Baixos em 1998. Contando com um elenco de peso e direção de Luiz Carlos Barreto, o filme saiu de mãos vazias.

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Central do Brasil 

Dora e Josué brilharam em festivais do mundo todo. (Foto: Divulgação)

Favorito da lista, Central do Brasil foi um marco no cinema brasileiro e elevou o patamar de produções nacionais trazendo olhares dos críticos ao país. 

Basicamente, o filme mostra a trajetória de Dora, professora aposentada que escreve cartas dos analfabetos na Central do Brasil, e de Josué, órfão que busca pelo seu pai. Juntos, os dois viajarão até o sertão nordestino em busca da família paterna do menino. 

Protagonizado por Fernanda Montenegro e tendo a direção assinada por Walter Salles, Central do Brasil foi aclamadíssimo pelo mundo levando inúmeros troféus e nomeações pelos festivais do mundo.  

Além disso, apesar de ter perdido o Oscar para La Vita è Bella da Itália, Central do Brasil levou o Globo de Ouro por Melhor Filme Estrangeiro. Foi o último filme brasileiro a conseguir o feito. 

Central do Brasil também foi o último filme brasileiro indicado a categoria. Ou seja, o Brasil não recebe uma nomeação em Melhor Filme Estrangeiro desde 1999. 

Cidade de Deus

Grandioso sucesso pelo mundo, Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, foi esnobado pela Academia e não recebeu uma indicação a Melhor Filme Estrangeiro em 2004, surpreendendo e ignorando as demais premiações da temporada. 

De acordo com informações, os votantes da academia não aguentaram assistir ao filme pela quantidade de violência e o longa foi ignorado desde então. 

Em 2005, entretanto, Cidade de Deus ressurge e recebe quatro indicações técnicas na premiação, incluindo a de Melhor Direção. Apesar de não ter vencido nenhuma, o filme bateu recorde e se tornou o mais indicado do Brasil. 

Orfeu Negro 

Gravado no Rio de Janeiro, ambientado nas favelas da Cidade Maravilhosa, tendo a trilha sonora assinada por Antônio Carlos Jobim e tendo a língua portuguesa como língua oficial, Orfeu Negro, produção ítalo-franco-brasileira, venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas não representou o Brasil. 

Dirigido por Marcus Camel, cineasta francês, ‘Orfeu’ tinha tudo para representar o Brasil, mas acabou tendo a França como representante por conta de sua influêcia. Coadjuvante aqui, o Brasil não foi creditado à vitória. 

Mesmo não representando o Brasil, Orfeu Negro se tornou o primeiro filme em língua portuguesa da história a levar um Oscar. 

Outros filmes brasileiros, porém, receberam reconhecimento do Oscar e foram indicados nas mais variadas categorias, desde Melhor Canção Original a Melhor Animação e Melhor Documentário. No entanto, mesmo com inúmeras indicações, o Brasil jamais recebeu um Oscar oficialmente até hoje. 

Neste ano, por outro lado, o favorito ao prêmio na tão disputada categoria é ‘Drive my Car’, filme japonês que está ganhando o mundo. O Oscar acontece no dia 27 de março.

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Sobre o autor

Valtean Borges

Graduando em Geografia, aventuro-me no mundo da escrita como forma de explorar minha paixão pela 7ª arte. No Guia de Séries tenho a possibilidade de contar e viver histórias que, no futuro, servirão como grandes clássicos para as próximas gerações.

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