Na semana passada, falamos sobre uma série espanhola que retrata a história de uma menina perdida e a busca por respostas para esse crime. Hoje, falaremos novamente sobre uma produção vinda do país europeu — Infiesto — um filme de drama e suspense que chegou na Netflix e está fazendo o maior sucesso entre os assinantes.
Dedicado especialmente a amantes de filmes policiais, o longa começa no cenário de um estado de sítio em meio à pandemia de COVID-19 em uma pequena cidade. Lá, uma jovem que foi dada como morta por meses reaparece e deixa um clima de terror e suspense no ar.
Ela é encontrada com e marcas de amarração, bem como outras lesões em seu corpo, as quais sugerem que ela foi mantida refém em algum lugar por todo esse tempo. O que aconteceu? Isso você descobrirá nesta matéria especial sobre a história e o final do filme Infiesto.
O contexto
Antes de chegarmos ao final, obviamente, vamos ao início. O filme começa com a jovem Saioa Blanco reaparecendo após três meses sumida. Ela é encontrada por dois policiais que a internam em um hospital em meio à pandemia de COVID-19, a qual ainda assola todo o mundo na época em que o longa é ambientado.
Enquanto isso, outros dilemas são apresentados, como o do inspetor Samuel García, o qual lida com a ausência de sua família e de sua mãe — que estão separadas dele por causa da pandemia. É uma situação parecida com a da inspetora Castro, a qual está longe de seu companheiro Carlos, em quarentena em um quarto fechado em sua casa.
Ambos precisarão lidar com esse problema pessoal e, ao mesmo tempo, investigar o sequestro e o reaparecimento de Saoia. Samuel revisa os registros criminosos sobre o cruzamento onde Saoia foi vista pela última vez antes de desaparecer e vai com Castro até o estábulo de Manuel Gómez, mas não encontram nada.
Após um pouco de suspense, chegam os relatórios forenses sobre Saoia, o que faz com que Samuel finalmente descubra que os produtos químicos presentes em um vinho estavam no corpo da jovem — o que o fará recordar que havia barris de vinho no estábulo de Manuel.
Ele se juntará com Castro para prendê-lo, mas antes que os dois consigam capturá-lo, o homem se mata. Ambos começam a suspeitar do envolvimento do primo de Manuel no sequestro, mas eles acabam chegando ao verdadeiro comparsa do falecido, Santiago Marquina, conhecido como O Demônio.
Um novo nome
Os dois se dirigem à casa do Demônio e tentam abrir o trailer onde ele supostamente está, mas o carro explode e começa a pegar fogo, se revelando uma armadilha. Depois, Castro descobre fotos de várias crianças dentro do veículo e, junto com o colega, descobre pistas com um dos conhecidos mais próximos do criminoso e consegue capturá-lo.
Durante seu interrogatório, Demônio cita um poder superior denominado “Profeta”, o qual, segundo ele, é muito mais poderoso. Isso leva a entender que, apesar de parecer algo maior, ele é apenas uma espécie de discípulo do Profeta — assim como era o falecido Manuel.
Samuel e Castro ainda descobrem que as crianças presentes nas fotos eram sequestradas a cada três meses em diferentes partes do país. Em um encontro com Saioa, Samuel descobrirá que a menina foi sequestrada por três pessoas, o que — de certa forma — confirma a existência do Profeta.
Os detetives mal partem à busca do Profeta quando sai a notícia de que mais uma jovem foi sequestrada — o que alarma as autoridades e abre a possibilidade de ter acontecido um assassinato. Tudo isso é revelado posteriormente como parte de algo maior, uma espécie de culto.
A origem de tudo
Esse grupo é comandado pelo Profeta, que se revela como ninguém menos que o agente Ramos, um dos policiais que encontraram Saioa e a internaram no hospital. Antes de entrar para a polícia, ele era o grande líder do renomado culto e se escondia nas minas abandonadas na cidade de Infiesto.
Antes ainda de se tornar líder do tal culto, Ramos foi professor de uma escola local — onde acabou se aproximando de Manuel e do Demônio. Ele era amado pelas crianças e pelos habitantes da cidade e apreciava um estilo de vida hedonista, encorajando outros a fazer o mesmo — o que fez os dois conhecidos virarem seus discípulos.
No entanto, tudo mudou quando ele passou a mergulhar profundo na mitologia celta, o que o fez se deparar com os Druidas — grupo de sacerdotes que possuíam poderes proféticos na Europa Antiga, acreditavam em reencarnação e faziam sacrifícios humanos para apaziguar os deuses.
Provavelmente imaginando fazer parte desse grupo, uma espécie de herdeiro de seus poderes, Ramos ficou cativado com a possibilidade de se tornar uma autoridade suprema e com a capacidade de interagir e satisfazer os deuses — o que o levou a trilhar um caminho de morte e destruição.
Quais as intenções do Profeta?
Daí, foi um pulo para que ele começasse com os sacrifícios humanos. Ele começou a fazer rituais e usar símbolos que faziam referência ao mundo druida — o que, inclusive, pode ser encontrado na marca redonda nas costas de Saioa e nas bonecas de palha encontradas em vários locais.
O grande objetivo de Ramos era satisfazer Taranis, deus das tempestades na mitologia celta. Segundo a lenda, ele deveria ser apaziguado nas ocasiões dos solstícios de verão e inverno e nos equinócios de primavera e outono — o que explica a necessidade de Ramos de matar alguém a cada três meses.
Fica claro na história que o serial killer se transferiu para a cidade mineira apenas após o início da pandemia, já que a maior parte de suas vítimas é de outras partes da Espanha. Isso explica o grande tempo que passou até ele sequestrar alguém de sua cidade natal — Saioa.
Ao que tudo indica, os moradores da cidade não o reconheceram como o Profeta pelo fato de ele usar uma máscara em público e anos terem se passado desde seu desaparecimento. Manuel e o Demônio, inclusive, se sentiram atraídos por seus ideais, a ponto de defendê-los mesmo que isso signifique sacrificar suas vidas.
Com a pandemia, Ramos passou a acreditar que o fim do mundo estava próximo, provavelmente fruto de raiva ou insatisfação de Taranis com as ações dos humanos. Por isso, ele voltou ao “trabalho” na seita. Como Saioa conseguiu escapar, ele sequestrou uma jovem do lado de fora do hospital onde a jovem estava internada para que ela a substituísse.
O desfecho
Samuel chega bem perto de encontrar o verdadeiro responsável, e por isso Ramos precisa agir. Alegando conhecer um dos suspeitos apresentado em uma foto pelo detetive, ele parte com o profissional teoricamente em busca de pistas, mas na verdade tudo não passa de uma armadilha para tirá-lo do seu caminho.
Quando Castro é avisada de que o sobrenome do profeta é Ramos, ela rapidamente à conclusão de que ele é o agente. Ela tenta avisar imediatamente a Samuel que ele está correndo perigo, mas já é tarde demais, visto que ela chega na casa do criminoso e encontra apenas o corpo do seu colega.
Mas o Profeta ainda tem que cumprir a missão de acabar com a vida da jovem que sequestrou no hospital, o que leva Castro até a mina onde ele realizará o sacrifício. Entrando até o subsolo, ela se depara com a jovem amarrada e tenta libertá-la, mas é atacada por trás.
O Profeta atira na detetive, mas a bala acaba pegando apenas na mão da mulher, que consegue aproveitar o barulho de um alarme para distrai-lo e o mata. Antes de morrer, Ramos afirma que aquele é “apenas o começo”, pois como um bom druida imagina que reencarnará — o que o fez aceitar melhor sua morte.
Cumpriu sua missão
Castro, por sua vez, ao acabar com a vida do criminoso, consegue tanto salvar a menina sequestrada, quanto colocar para bem longe um terror que assombraria em cheio a cidade e também vingar a morte de seu colega.
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