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Ex-funcionários criticam arrogância da Netflix e celebram má fase da empresa: “Fico feliz”

Netflix não está num bom momento (Foto: Divulgação)

Muitos ex-funcionários da Netflix, entre eles diretores e roteiristas, estão felizes com a má fase que a empresa vive hoje. Um certo ex-contratado revela que o processo todo de produção era caótico e desrespeitoso, com muitas regras e pouco poder de influência por parte de quem não era da alta cúpula.

“Eles se achavam melhores do que todos”, alega um ex-roteirista da plataforma. “Fico preocupado com o impacto que a crise da Netflix terá nas produções e suas equipes, mas não vou negar o prazer que tenho de vê-los ferrados”.

“O processo na Netflix era caótico”, afirma um produtor. “Eles são super simpáticos, mas tudo é decidido fora e não ouvem ninguém. Gastam horrores de maneira sem sentido. Eu mandava um script e, para cada cinco linhas que eu escrevia, vinham 50 linhas de comentários e sugestões. Era aquela sensação de muita gente querendo mostrar serviço e sempre tendo de dizer algo”.

Ainda segundo ele, após meses trabalhando em um roteiro de uma produção que já tinha até diretor e atores contratados, a Netflix cancelou tudo sem dar maiores explicações. “Pagaram tudo certinho, inclusive as multas dos contratos. Foi uma fortuna jogada fora, mas a falta de transparência deixou a frustração ainda maior”.

“A Netflix cresceu enquanto não tinha concorrentes”, diz um executivo de TV. “Eles realmente acreditavam que eram mais inteligentes e criativos. O livro do Hastings (A Regra é Não Ter Regras, sobre a cultura da Netflix) ajudou a aumentar essa ficção. Quando a concorrência chegou no streaming, seguiram acomodados e achando que nada os afetaria”.

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O executivo de TV segue: “a crise que vemos hoje começou à medida que a Netflix, em vez de inovar, fazia piada dos concorrentes e não os levava a sério. Hoje, eles viraram a piada, já que as empresas tradicionais parecem melhor estruturadas e se acostumaram a cortar custos nos últimos anos”.

Se tudo correr conforme planejado, a mudança com planos mais baratos (e com publicidade) deve acontecer ainda em outubro ou início de novembro deste ano. A empresa ainda estaria avaliando licenciar seu conteúdo original para emissoras e canais de TV e concorrentes, uma prática já adotada por outros streamings.

“Todas as grandes empresas de streaming, com exceção da Apple, anunciaram ou estão desenvolvendo um serviço apoiado por propagandas. Por uma boa razão, as pessoas querem opções com preços mais baixos”, diz o texto de um comunicado interno da empresa.

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João Mesquita

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