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Em baixa, Netflix deve apelar para games para se reinventar no mercado

Netflix não está passando por um bom momento (Foto: Divulgação)

Entre janeiro e março deste ano, a Netflix teve o mais decepcionante trimestre em termos de assinantes em mais de 10 anos. Não em números absolutos de clientes, mas na expectativa, visto que o streaming perdeu 200 mil usuários neste período, quando na verdade esperava crescer em 2 milhões.

E a projeção para o segundo semestre é ainda pior: perder 2,5 milhões de assinantes. Sendo assim, a plataforma terá meses duros pela frente e muitas batalhas para tentar se manter no topo e se reinventar com o público. “A empresa já declarou que fez testes bem-sucedidos e que espera, até o final do ano, estar com no mínimo, alguns jogos disponíveis para todo o mundo”.

“Esse é um mercado que tem um potencial gigantesco, inclusive de vários clientes que não estão dentro da Netflix, mas que podem utilizar a plataforma deles. Isso pode ajudar a empresa a crescer ou, pelo menos, a manter o seu market share [participação no mercado]” contou Guilherme Zanin, analista de investimentos da Avenue Securities.

Ele seguiu: “Os games são o que eles têm para tentar salvar quem investiu nas ações. Se for puramente pelo negócio do streaming, provavelmente, a empresa terá que decrescer bastante o seu valor, pois os preços atuais não fazem sentido se ela simplesmente ficar produzindo vídeo e não crescer o número de usuários”.

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Já Lucas Patricio, CEO da GMD, agência de marketing digital com foco no setor de games, pontua: “Mais do que só se encaixar no modelo de negócio do mercado de games, a Netflix precisa entender como esse modelo se encaixa dentro do mercado dela. Não adiantar forçar uma cultura de produção de jogos em uma empresa que não tem essa bagagem, é muito difícil”.

“Acredito que a Netflix está realmente fazendo os passos de forma devagar, testando e analisando. Ela é uma empresa muito acostumada com análise de dados. Então, quanto mais produtos eles tiverem para colocar na plataforma, mais dados eles terão para analisar”, opina Lucas Patricio.

Ele segue: “Um bom jogo não precisa ter um megainvestimento. E o seu sucesso, para a Netflix, ainda não precisa ser no mesmo nível que os filmes e as séries fazem. Ainda que a visão e o objetivo da empresa sejam bem ambiciosos, percebemos que eles têm dado passos cuidadosos, cautelosos e bem coesos até agora”.

Já Tamir Nadav, formado em Design e Desenvolvimento de Jogos pela universidade norte-americana Full Sail University e com mais de 15 anos de experiência na área, acredita que a Netflix ainda deve bater muito a cara na parede até finalmente chegar ao sucesso que almeja nos games.

“Podemos ver uma evolução até o controle remoto da Netflix ou jogos que interajam com um programa em tempo real. Por exemplo, se eu jogo o game de Stranger Things no meu telefone e um personagem é morto, quando assisto à série, este personagem pode não estar presente no próximo episódio. Há muitas possibilidades que apenas um provedor de conteúdo como o Netflix pode tentar e, nessa área, deve haver uma receita para o sucesso”.

“Existe um mercado em potencial muito grande e diversos tipos de conteúdo para serem construídos, então estou animado para ver o que pode vir”, acrescenta Tamir. Com informações do Notícias da TV.

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João Mesquita

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