
Se tem uma coisa que os críticos adoram fazer é discordar de trabalhos exitosos. Com Chernobyl, não é diferente e teve quem achasse que a série pecou e saiu um pouco do tom, causando um terror e pânico que não existe da mesma maneira.
Com cinco episódios, a HBO causou um rebuliço por apostar em altas doses de realismo, numa proporção que deu um tom impecável a esta produção. Tanto é que venceu nada mais, nada menos do que dez prêmios Emmy, fora o fato de ter sido uma das mais vistas de 2019.
Não é a toa, até porque está se tornando uma temática atemporal diante dos lamentáveis episódios que estamos acompanhando de uns tempos para cá. A guerra entre a Ucrânia e a Rússia acendeu um sinal de alerta máximo depois dos ataques militares com objetivo dos russos assumirem o país.
O mundo ficou em choque com um ataque feito a uma usina nuclear ucraniana, localizada na região de Zaporizhzhia. Também, porque as autoridades ucranianas divulgaram se tratar de um risco dez vezes maior do que o acidente de Chernobyl, caso houvesse um incêndio de grandes proporções.
Focos menores de chamas foram apagados e, com isto, o clima foi acalmado. A questão é que a série Chernobyl pode explicar um pouco do pânico por um acidente nuclear. Tanto por se basear em fatos reais, tanto também porque se observarmos bem, foi uma produção que abordou o teor político de uma situação desta natureza.
Também, tratou-se na série sobre o envolvimento de membros da União Soviética nas investigações. Durante entrevistas, tanto ex-funcionários envolvidos no acidente, quanto o próprio governo russo, condenaram a forma como a produção tentou retratá-los.
Muito se atribui ao teor obscuro retratado pela série, que também aborda o quanto as informações reais são escondidas. Um caminho para se explicar isto é a forma como a Rússia tem atacado os veículos de imprensa e estatizado as mídias russas. O fato é que a série Chernobyl pode não ser uma cópia fiel, mas se aproxima bastante do que pode ser uma encenação de um acidente nuclear.
Comentar