
Que tal estar assistindo a um filme ou série na Netflix e, do nada, aparecer uma propaganda de chocolate, sabão em pó ou cerveja? Esse é o plano da plataforma para os clientes do Brasil que quiserem ter uma assinatura mais barata no futuro.
Na Ásia, mais especificamente na Índia, essa realidade já existe, pelo menos parcialmente. Por causa da redução nos valores dos planos (barateou cerca de 60%) o mercado por lá cresceu bastante no primeiro trimestre de 2022, atraindo pagantes que antes não aceitavam a tarifa anterior. Mas lá a publicidade ainda não foi implantada. Por enquanto.
Relembremos o clássico discurso: “Nenhuma publicidade chegará à Netflix –ponto-final”, disse Reed Hastings, co-CEO da Netflix, há alguns anos. Ele falou isso em mais de uma ocasião. Hoje a conversa e a intenção de mercado da empresa são outros.
No Disney+ ocorreu o mesmo movimento: “Não acreditamos que a experiência do consumidor seria particularmente boa se tivéssemos publicidade no Disney+”, disse Christine McCarthy, diretora financeira da Disney, no final de 2020.
Veja também – Showrunner lamenta série cancelada no Prime Video e diz o que faria em nova temporada
“Quem acompanha a Netflix sabe que sou contra a complexidade da publicidade e sou um grande fã da simplicidade da assinatura”, afirmou Hastings na semana passada. “Mas por mais que eu seja fã disso, sou um grande fã da escolha do consumidor. E permitir que os consumidores que gostariam de ter um preço mais baixo e sejam tolerantes à publicidade consigam o que querem faz muito sentido”, concluiu ele.
Hastings também mostrou o peso da concorrência na nova decisão da Netflix. “Está bem claro que está funcionando para o Hulu. A Disney está fazendo isso. A HBO fez isso. Acho que não temos muitas dúvidas de que funciona. Todas essas empresas descobriram. Tenho certeza de que entraremos e descobriremos, em vez de apenas testá-lo e talvez fazê-lo ou não fazê-lo”, concluiu.
Hoje, a Netflix já está tentando recrutar no mercado brasileiro um diretor comercial. A ideia é trazer um executivo experiente, preferencialmente do mercado de TV, para liderar os esforços da empresa na implementação de publicidade em sua plataforma com a presença de anunciantes nacionais.
“Boa sorte para a Netflix tentar negociar BV (bônus de volume) com as agências. O Google e o Facebook apanham até hoje para fazer isso”, diz um executivo de TV, que segue: “Imagine como o representante da Netflix vai explicar o BV para o chefe dele nos Estados Unidos. Até do ponto de vista fiscal é complicado, porque nos Estados Unidos cobrar BV é considerado crime”. Com informações do Notícias da TV.
Comentar